sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ACUPUNTURA NÃO PODE SER CONSIDERADA UMA ESPECIALIDADE.

A acupuntura não pode ser considerada em nenhuma profissão como especialidade, simplesmente porque ela não segue a linha de tratamento dentro dos conceitos ocidentais que seguem uma filosofia racional e dedutiva. É no mínimo outra profissão, com anamnese, diagnóstico e tratamento diferenciado dos ensinamentos Cartesiano que orientam os ensinos nas escolas ocidentais.

Na verdade, nada tem haver fazer um tratamento por acupuntura baseado em princípios que não sejam dentro dos conhecimentos filosóficos chinês. Essa mistura de pensamentos, leva a um procedimento de tratamento inadequado, com possíveis falhas, podendo trazer prejuízo ao processo de cura e melhoria aos pacientes, levando um mascarar, com falso diagnóstico e conduta terapêutica inadequada.
Também, muitas das vezes, junto com a Acupuntura, se faz necessário uso de Ervas Chinesas para completar o tratamento.

“Muitos médicos adotam uma postura mental ocidental quando lidam com conceitos abstratos chinês ou até mesmo tentam os conceitos ocidentais dentro do conceito chinês, resultando em não entendimentos adequado, deixando de ser os conceitos da Medicina Tradicional Chinesa”. (Jeremy Ross).

Necessário que todo aquele que fosse estudar e praticar acupuntura, estudasse primeiro filosofia ocidental para aprender a se situar e entender os grandes pensadores, e, depois estudasse a filosofia oriental: Hinduísmo, Budismos, Taoísmo, o Pensamento Chinês, para enteder o conceito oriental, uma maneira diferente de viver a vida. O conhecimento milenar, que é a base de sustentação destes povos, segue uma filosofia diferente de nós ocidentais, o que dificulta o entendimento, principalmente ao usar estes conhecimentos para tratamento na saúde. Se atendermos o paciente misturando a filosofia ocidental com a oriental, não damos um tratamento adequado a este paciente.

Por que falarmos em filosofia?
Philosofia, palavra de origem grega que quer dizer: Philo= amigo, amante e Sophia= sabedoria . Na filosofia, aprendemos a analisar os elementos que compõem a existência humana-mundo. Seu conhecimento é tão profundo que, como o filósofo Kant, podemos considerá-la “rainha de todas as ciências”.

“Todo desejo incômodo e inquieto se dissolve no amor da verdadeira filosofia” (LAO-TSE).
O que tem acontecido é uma tentativa de “encaixar” dentro de nossos conhecimentos, formado pela ciência médica ocidental, o que não entendemos, não sabemos conceituar e definir. Quando definimos e conceituamos, trazemos o ilimitado para o limitado. Isto traz como consequência, um empecilho, tendo direito ao exercício da Acupuntura só aqueles com formação acadêmica na área das ciências médicas ocidental, tais como os médicos e outras profissões da saúde, com restrições e indicação médica. Em resumo, adaptar uma arte milenar de tratar enfermos, com base de sustentação “lógico” e “racional”, onde a filosofia e conhecimento difere da nossa medicina em diagnóstico e tratamento. Tudo isso significa reserva de mercado.
Quem exerce a Acupuntura não pertence a nenhuma especialidade, porque quem é acupunturista exerce uma outra profissão. Por quê? Devido nossa formação ocidental proveniente da família, sociedade e cultura, que nos molda com conceitos Cartesiano e Newtoniano com mentes dedutivas, linear, formados numa mentalidade de separação, de estudo e tratamento de partes, uma dicotomia.

Através de pesquisa, tentando explicar o funcionamento das agulhas, entende-se que a introdução das mesmas produza, dependendo dos pontos, diversos efeitos com bloqueio da transmissão da dor, liberação de neurotransmissores (endorfinas, noradrenalina, serotoninas, etc), variação de níveis de diversos hormônios, aumento do número de glóbulos brancos ou vermelhos, aumento de anticorpos, regulação das funções e movimento de órgão e vísceras. Na visão oriental, baseia-se na noção de circulação de energia (Qi). O desequilíbrio desta energia provoca doenças tanto física, como emocional e mental. É então um método que harmoniza o Qi e Xue, regulariza o Yin/Yang.

A acupuntura propõe-se a restabelecer esse equilíbrio. É um método global que se encarrega da totalidade O corpo é visto como um sistema energético em equilíbrio dinâmico e a energia (QI) circula através de um sistema de canais ou meridianos, formando uma rede que conecta os pontos de acupuntura entre si e influencia o funcionamento dos órgãos internos e de outras partes do organismo.

Na verdade, avançamos muito nas ciências médicas, as técnicas cirúrgicas são excelentes, os remédios alopáticos e a conduta preventiva tem salvado vidas e dado aos pacientes alívio nas dores, nas doenças. Porém, os hospitais continuam cheios e se multiplicam.

Antes se afirmava que só a ciência era capaz de fornecer um conhecimento seguro e objetivo; agora é preciso aceitar conhecimento de outras fontes como meditação, intuição, contemplação. A nossa medicina ocidental, portadora de uma visão mecanicista, deixa de ser intuitiva e observadora; não escuta, não vê, não sente, não toca. Todavia, o próprio sujeito é responsável pela sua cura. Se ele adoece, todo o universo adoece.

“O Qi é a substância da matéria que está em movimento. Ela é tão fina, que não há nada no seu interior, e tão grande que não há nada no seu seu exterior”. Tudo que é matéria é o resultado do Qi em movimento. Está escrito no livro Teoria Básica da Medicina Tradicional Chinesa de YinHue He e Zahang Bai Ne. Se pegarmos um tecido, chegando às células, compostas por moléculas, obteremos a menor parte da divisão que são os átomos. No entando, existe uma energia não visível e mensurável que movimenta os átomos, moléculas e tudo que há no universo. Energia esta que se adapta a várias formas, que os chineses chamam de Qi. Não seria esta energia uma espécie de antimatéria, ou energia quântica que nós, ocidentais, estamos tentando defenir, conceituar para caber dentro de nossos pensamentos e conceito? Quando se define, limita-se.

Fica onde o limite perceptível e não perceptível, que a teoria não pode avaliar, a continuidade entre o mensurável e não mensurável, principalmente que qualquer experiência ou uso de sofistificado meio experimental, pode avariar o continium que se dá no visível e mensurável como no invisível e oculto?
Tudo é um todo – TAO - está dentro do símbolo do Yin/Yang e se quiser pensar racionalmente, há uma interação de partículas subatômicas com a energia que está em todo lugar (QI), e que faz parte de um arranjo universal, em equilíbrio, longe do acaso, porque conforme disse Einstein: “Deus não joga dados”.

Podemos afirmar que, quando se aplica um eletroestimulador, à parte toda a teoria levantada do efeito de corrente e onda eletromagnética, o que se dá de fato é que produz uma alteração no Qi que já foi descrito como antimatéria que vai agir nos pontos e canais dos meridianos energéticos com ação de estímulo/sedação.
Talvez uma preocupação que acontece com o uso da acupuntura, é mascarar um diagnóstico de uma doença, como exemplo uma dor de cabeça que pode ser causada por tumor, ou contração muscular (cefaléia tensional), uma renite vasomotora, hipertensão, ou mesmo tração do sistema interno cranial (tumor cerebral e pós funcionamento lombar), meningite, et, etc. O acupunturista necessita ter uma visão ampla, e entender que a acupuntura pode ser principal ou auxiliar, não desprezar conhecimento outros fundamentados em estudos e comprovadamente eficaz no diagnóstico, prognóstico e tratamento.

Como também, aqueles que se formam em acupuntura, dizendo-se especialista e acabam tratando doenças e não pacientes. Tratam sintomas e não raízes. Como exemplo, podemos citar tratamentos que são feitos usando várias macas e com vários pacientes, tratamento por atacado. O paciente chega queixando dor no joelho. O que se faz? Espeta agulhas nos pontos. O sério é que o corpo tem uma linguagem própria e nos fala. No joelho, temos os pontos Mar, e passam por ali os meridianos do estômago, vesícula biliar, rins, fígado, baço, bexiga. Não estamos deixar passar alguma coisa?

As considerações energética dos pontos de acupuntura deve ser primordial quando se procura restabelecer a função alterada da energia, tomando-se cuidados para não tratar o paciente com receitas prontas. Como exemplo, tratamento de Hipertensão acupunturamos os pontos Fengchi (VB20), Quchi (IG11), Hegu (IG4), com opções complementares do Taichong (F3), Xingjian (F2), Taiyang entre outros. Na verdade, pode resolver. O problema é que tem muitos livros e escolas ensinando assim. O verdadeiro Acupunturista deve tratar seu paciente como um todo, holisticamente falando. Esta Hipertensão deve ter envolvimento de causas diversas; e buscar esta harmonização é tarefa complexa, que envolve restabelecer o equilíbrio. Não tratar só sintomas ou partes de um ser, mas tratar um todo.

O corpo é um santuário, que manifesta os distúrbios físicos e emocionais. Não se trata apenas de órgãos e vísceras (Zang Fu), substâncias e funções dos vasos (Jing Luo). Tem-se também os atributos psíquicos e espirituais. O que significa o envolvimento da raiva, impaciência e rancor com o fígado? Preocupação, obsessão e ansiedade psicológica com o baço? Dor no joelho com deficiência dos rins? Dor de cabeça com vesícula biliar, com estômago? Dor na região lombar com rins? Sangramento gengival com o estômago. Paralisia facial com vento? A alimentação inadequada, uma das maiores agressões ao corpo e ao espírito, tem trazido consequências sérias à saúde do ser contemporâneo.

Uma anamnese perfeita, “perder tempo” em escutar o paciente, observar, tocar, reavaliar os procedimentos em todas as consultas, usar o conhecimento, vai nos conduzir certamente a um bom diagnóstico e saber encaminhar o paciente para um tratamento adequado.

Concluindo, a Acupuntura é um recurso terapêutico visando a harmonização e integração da mente – corpo – espírito em sintonia com a natureza. É um novo horizonte, para nós ocidentais, uma alternativa às vezes complementar, às vezes principal ao tratamento convencional. É fundamentada na Medicina Tradicional Chinesa. Tem sua própria anamnese, com exames objetivos e subjetivos, com diagnóstico e tratamento diferentes da Medicina Ocidental. A Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Ocidental são caminhos diferentes que levam ao mesmo objetivo: tratar o homem.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PRIMAVERA


Os três meses da primavera são a época de renovação de todas as coisas. Com tudo florescendo, o mundo fica cheio de vida. Para estar de acordo com a estação, deve-se ir para a cama um pouco mais tarde e levantar um pouco mais cedo. Dê um passeio pelo pátio, solte seu cabelo, relaxe seu corpo e refresque sua mente. Aproveite a estação e não faça nada que seja danoso a sua saúde. Esta é a maneira de cultivar o Qi da vida na primavera. Violá-lo resultaria em prejuizo ao fígado e causaria uma enfermidade de natureza fria no verão, tornando o corpo menos capaz de se adaptar ao Qi florescente da estação.
Somente os sábios puderam se adaptar às alterações da natureza e ficaram livres, portanto, de estranhas doenças. Se todas as coisas vivas pudessem ser feitas dessa forma, seu Qi vital não teria se esgotado.(Texto tirado do livro Clássico de Medicina do Imperador Amarelo de Zhou Chuncai.
De  acordo com os cinco movimentos, onde existe uma interação total de toda a vida na terra com a natureza, a Primavera está relacionada com o fígado e vesícula biliar. O fígado (Gan)  pertence a alma etéria e seu funcionamento se dá ao máximo entre 01:00 às 03:00 horas  e a vesícula biliar (Dan)  de 23:00 à 01:00 hora. Está relacionado a madeira e cor verde. Comanda os tendões.  Abre-se nos  olhos e manifesta nas unhas. Com relação as emoções pertence a raiva e o gritar. Com o sabor é o azedo ou ácido( se for pior pela manhã é coração)
Então, unhas fracas e quebradiças, preferência pelo azedo, olhos avermelhados , raivas fora do normal, muita queimação no estômago( sendo agredido pelo fígado). Soluços, aftas, cefaléias, tremores, tudo isso pode estar relacionado ao fígado, o que chamamos na Acupuntura como elevação do Yang do Gan, Estagnação do Xue do Gan e Fogo no Gan,  o que pode estar também lesionando outros órgão ou vísceras e certamente prejudicando o emocional. Pecebe-se aí, porque ao tratarmos um gastralgia, uma dor de cabeça,  usando a acupuntura temos que tratar um todo, seguindo a filosofia de tratamento pela Medicina Tradional Chinesa.

domingo, 11 de setembro de 2011

Acupuntura aplicada na Odontologia - Mais um recurso terapêutico


O USO DA ACUPUNTURA NA ODONTOLOGIA  É  UM RECURSO TERAPÊUTICO QUE AINDA É POUCO USADO, NO ENTANTO, PODE ABRIR UM LEQUE DE OPÇÕES, SEM FERIR A ÉTICA, VEJAMOS:

1 – NOS DISTURBIOS ORO FACIAIS
a)      Dores na Articulação Têmpero-Mandibular.
b)      Trigemialgias
c)       Paralisia Facial
d)      Analgesia Facial

2 – ENVOLVIMENTO SISTÊMICO DAS DOÊNÇAS
a)      Edema da Face
b)      Halitose
c)       Perda Óssea
d)      Zumbido – Labirintite – Tonturas
e)      Herpes
f)       Dor de Cabeça
g)      Hipertensão
h)      Hipercolesterolemia
i)        Hemorragia

3 – DISTÚRBIOS EMOCIONAIS QUE ENVOLVEM REFLEXOS LOCAIS
a)      Estresse
b)      Distubios Leves e Moderados de Depressão
c)       Ansiedade e Medo
d)      Insônia
e)      Angústia

Que o acupunturista fique ciente que não existe a especialidade, e sim, fazer um curso dentro da filosofia chinesa, onde o diagnóstico, prognóstico e tratamento é diferente da medicina ocidental. Ao se tratar o paciente portador de halitose por exemplo, tem-se que tratar um todo, tratar vários órgãos e vísceras  como também o emocional.  O grande erro que se comete atualmente com o emprego da acupuntura e querer tratar doênças e não pacientes. Esta é uma mentalidade ocidental, cartesiano,  de separar em partes e esquecer o todo. Existe atualmente um tendência de fazer uma “reserva de mercado”, usando a acupuntura como especialidade, respaldado por um forte corporativismo. Isto é uma grande mentira.  Acupunturista é uma outra profissão, fundamentada na Medicina Chinesa, com conhecimento completamente diferente do que estamos acostumados.